Palavras Transgénicas

Porque as palavras são o que o Homem quiser

Wednesday, December 27, 2006

Na tua cabeça

Na tua cabeça
Está tudo na tua cabeça
Os fantasmas
Gente que conheceste
Coisas que passam
E outras que ficam
Aquilo que te é lentamente tirado
Afinal tinhas-te enganado
Vampiros que te sugam
Aproveitam-se do teu sangue
Ficam gordos até ao fim
A pose mantém-se
A fronteira da loucura
Nos teus ossos, na tua cabeça
Os 16 já lá vão
O tempo consome-te e faz-te rugas
Descobres a traição
Não tens tempo para perguntar
Há sempre uma cobra à espera
Cuidado, as venenosas não são as piores.
Estás a asfixiar, eu bem te disse.
Queres correr
Queres dançar
Queres beijar
Alguém chegou primeiro.
Vais tarde.
Alimentas-te das sobras
Mas a fome é negra.
É na tua cabeça.
São tantas as vozes que ouves
Em qual acreditar?
Confundem-te ainda mais
Gritas por um caminho
Imploras uma pista.
O silêncio é o teu eco
Implode a tua cabeça
Os que cantam
Não sabem porque o fazem
Nunca saberão ouvir o silêncio
Se não pararem de cantar.
Eles não sabem.
Na tua cabeça.

Sunday, December 03, 2006

Dá-me a mão (nem tudo é cinzento)

Dá-me a mão,
Vem comigo.
Hoje vou mostrar-te
Onde começa o arco-íris.
Não digas que não.
Está a chover,
Mas por cima o sol brilha
Sorri outra vez.
Estou a convencer-te.

Dá-me a mão,
Agarra-te bem.
O carrossel gira depressa
E os cavalos brancos de algodão vão viver.
Sente o vento.
Estás a sentir?
Então é porque vives!
Aperta a minha mão
A viagem vai começar.

Estás comigo?
Então vamos!
Vês o arco-íris?
Vamos persegui-lo!
Depressa! A chuva está a passar!
Ainda vamos a tempo!
Estica-te!

Conseguiste apanhá-lo?
Guarda um bocadinho.
Agora adeus!
E quando vires cinzento,
Abre o frasquinho e
Tira um pedacinho de cor
E assim vais poder
Pintar a tua vida!