Palavras Transgénicas

Porque as palavras são o que o Homem quiser

Tuesday, November 21, 2006

Teia II

Luzes laranjas
Escurecem as ruas
O tempo pára
As pedras murmuram

A chuva embacia os vidros
Os cavalos escorregam na humidade
Os sons que não chegam das esquinas
A lua coberta por uma núvem

Há desejos no ar
O frio arrefece as almas
A menina vende os fósforos
E o vagabundo implora a vida

A carruagem pára
Os vestidos compridos arrastam-se
Limpam as pedras da calçada
Transformam a dor em riso

O relógio dá as horas
O tempo volta a correr
Passam os cavalos
Chegam os sons
Chora a menina
Morre o vagabundo
Fingem os vestidos.

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